terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ansiedade!

Amanhã é o grande dia da entrevista!

Nem sei o que postar, estou uma pilha... só estou postando mesmo para distrair a cabeça um pouquinho.

Torçam por mim, people. Vou precisar.

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O mar e os mineiros

O MAR E OS MINEIROS: A PROVA QUE FALTAVA
Felipe Peixoto Braga Neto
"O mar, meu filho, é uma espécie de saudade..."
Guimarães Rosa

Não haverá estudo decente sobre a alma mineira que exclua o mar. O mar, paradoxalmente, é algo mineiro. É algo que participa da psicologia de Minas. Não, claro, no dia-a-dia dos mineiros. Mas nos desejos distantes traduzidos naquele leve desabafo: "ah, se eu estivesse..."

Achei engraçada uma publicidade que vi tempos atrás: belas fotos de lugares típicos de Belo Horizonte. Só que atrás de todos eles havia, para espanto e prazer, o mar. Foi uma vingança divertida contra a natureza.

O leitor já presenciou um encontro do mineiro com o mar? Eu já. Abandona-se tudo: roupas pelo caminho, carro na calçada, mãe no hospital. Tudo passa, na lógica sedenta de sal, a ser secundário e pouco importante frente às azuis possibilidades marítimas.

O mineiro, conformado porque é o jeito, agora deu para zombar do mar. Li numa camiseta, dia desses, a seguinte frase: "Eu tenho pena do mar porque ele não banha Minas". Eu também tenho. E também achei simpática a brincadeira. É uma forma de dizer: "Tudo bem, você não me quer, mas não sabe o que está perdendo"... Soube depois que a ideia é antiga, lá do século dezenove. Já em 1891, Otávio Ottoni dizia em canção: "O mar suspira porque está longe de Minas". Será? Será Minas, velho mar, a causa dos teus suspiros?

Mas é fato que o mineiro se trai ao falar do mar. Logo ele, tão reservado e contido, se desmancha em excessos, revela saudade. Paulo Mendes Campos diagnosticou: "O mineiro é um marujo ao qual retiraram o mar". Maldade com o marujo mineiro. Mas lhe fez bem. Essa combinação de montanhas fez desse povo uma coisa única, dignamente bela. Talvez por isso o poeta, certa vez, tenha dito: "O mar de Minas não é no mar. / O mar de Minas é no céu, / pro mundo olhar pra cima e navegar / sem nunca ter um porto onde chegar."

Por que falo disso hoje? Por isso...

Eu vi, eu vi no sábado passado, 7 de novembro de 2009. Sabe esses programas de televisão que passam no final de semana e em que a família sorteada ganha casa nova, prêmios incríveis, passa por uma transformação notável? Pois estava lá uma humilde família mineira. A mãe, pedreira, e os cinco filhos. Além de um tio dos meninos.

Resumo do diálogo:
— Vocês ganharam uma casa nova toda mobiliada!
Reação da família: — "Êêê (baixinho).

— Vocês ganharam um carro e duas motos!
Reação da família: — Êêê (baixinho).

— Vocês ganharam uma conta corrente com trinta mil reais.
Reação da família: — Êêê (baixinho).

— Vocês ganharam uma viagem para conhecer o mar!
Reação da família: pulos, gritos, explosão de lágrimas dramáticas e muitos abraços!

Juro que não é piada. Eu minto sim, mas só às vezes.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O recrutamento

Conforme eu havia prometido, vou descrever como foi o processo de recrutamento pela agência que escolhi, a Staff Work.

 

Eu havia enviado meu currículo (ou feito cadastro no site) em poucas agências, todas em São Paulo. Havia boas agências em Santos, Curitiba e Nordeste (não me lembro exatamente aonde), mas caso eu precisasse ir e voltar várias vezes, Sampa me seria muito mais em conta.

 

Geralmente, os recrutadores rapidamente entram em contato com possíveis candidatos. Recebi o retorno quase imediato de todas as agências que procurei, então comecei a procurar fontes e referências confiáveis (especialmente de ex-tripulantes) para me assegurar que elas possuíam credibilidade suficiente.

 

A agência que escolhi foi a Staff Work. Realmente me impressionei com a quantidade de referências positivas da Staff, em contraste com inúmeras referências negativas de outras agências. E tudo foi confirmado: o atendimento na Staff foi excelente (adorei conhecer a Nicole e a Edna!), desde o envio do meu CV até o final de todo processo. Sem contar que, se fosse pra vender meu corpo e alma por seis meses, que fosse por uma companhia top de linha. No Brasil, a Staff recruta - quase que com exclusividade - para a Princess Cruises, Seaborn e Cunard.

 

Fiz minha primeira entrevista na Staff Work dia 17/11, toda em inglês. Ela serviu para analisar meus conhecimentos do idioma (mandatório) e também para me deixar a par sobre quais setores e funções haviam vagas disponíveis e como seriam as fases do processo seletivo. Nesse ponto, a Sra. Nicole - responsável pelo recrutamento – é bem clara: caso alguém não tenha capacidade/experiência/inglês suficientes para continuar o processo, o candidato é informado no ato. Apesar de eu ter ficado nervoso (pois nunca havia feito uma entrevista em inglês antes), deu tudo certo e fui aprovado.

 

Nos dias 18 e 19/11 foi ministrado um curso chamado LOBE – Life On Board Experience, que é um curso que nos familiariza com a vida a bordo e suas rotinas, com certificado e tudo (abaixo segue um scan do meu). Também tive um exame psicológico e sua devolutiva (nunca havia tido uma devolutiva em um teste psicológico, muito legal) e assessoria para elaboração de um currículo prático, direto e objetivo para ser levado no dia da entrevista com a companhia contratante. Além disso, houve uma simulação de entrevista aonde, além da “entrevistadora”, havia também uma psicóloga presente para analisar seu comportamento. Tudo isso sendo visto pelos outros candidatos... fiquei um pouco nervoso, mas denovo Deus estava comigo e deu tudo certo! Ando rezando muito!

 

Depois disso tudo, estávamos prontos para a fase decisiva: a entrevista com o pessoal da companhia Princess Cruises, representados pela Selection Partners. Minha entrevista será dia 01/12, em horário ainda a ser confirmado. Até lá, só me resta estudar bastante, rezar um terço e segurar a ansiedade.

 

Espero em breve postar boas notícias para vocês!

 

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[Abaixo, uma foto tirada no Bairro da Liberdade: meu lugar preferido em Sampa. Mesmo que eu não fosse aprovado, só o passeio que fiz por lá nesses quatro dias já valeria a pena. Comprei muitas bugigangas pro povão lá de casa!]

 [Aqui, um scan do certificado LOBE - Life On Board Experience. Ele é essencial para o embarque, por isso não o perca!]


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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A procura de informações

Graças a Deus hoje temos internet! A facilidade de se conseguir informações sobre um determinado assunto (no nosso caso, trabalho em navio) está a apenas um clique de distância.

Mas quantidade não é qualidade, é necessário cuidado ao garimpar informações sobre a vida a bordo, para não criarmos falsas expectativas. Existem salários altos? Sim, mas também se rala bastante. Poderei conhecer a Europa? Sim, mas lembre-se que estará lá a trabalho, não a passeio. Farei amigos no mundo todo? Com certeza, mas lembre-se que nem todos são receptivos ou calorosos como os brasileiros.

Dessa forma, indico uma lista de Mitos e Verdades sobre a vida a bordo. Ela não é de minha autoria, e sim de um ex-tripulante - ninguém melhor do que eles para falarem do assunto. Acredito ser essencial a leitura dessa lista pelos novatos.

Tendo-se decidido a realmente trabalhar em um navio e despido de falsas expectativas, é necessário entrar em contato com agências que promovem seleção e treinamento de tripulantes para uma gama de companhias de cruzeiros. Nesse quesito, devemos ter muita cautela ao analisar as referências destas agências, checar se são mesmo confiáveis, buscar contato com membros já embarcados através das mesmas e se as expectativas deles foram alcançadas. Algumas comunidades no Orkut são ótimas para isso, assim como diversos blogs espalhados por aí (nada muito difícil de achar).

Vale lembrar que muitas posições a bordo (quase todas) exigem que você tenha conhecimentos na função que pretende desenvolver. Quanto maior sua experiência na área, maiores as chances de contratação. Isso não quer dizer que você não tenha chances caso tenha pouca ou nenhuma experiência. O que pode ocorrer é de você ser direcionado para uma função diferente da pretendida, e as responsabilidades e remunerações serem menores, respectivamente. Algumas vezes, certas agências poderão indicar cursos que lhe capacitariam para o trabalho a bordo (por exemplo, Curso de Camareiro ou Curso de Garçom). MUITO CUIDADO COM ISSO! Apesar de existirem várias agências idôneas que realizam tais cursos, algumas ministram o curso mas não garantem sua vaga ou não dão muito suporte após isso - já vi gente que pagou curso específico, treinamentos diversos, STCW e, ao final de tudo, recebeu uma lista de e-mails com os RHs das Companias Marítimas e lista de Agências de Recrutamento (tipo: "se vira nos 30"). Como sempre, pesquise e pergunte antes de pagar qualquer coisa.

Muitas companhias também não contratam iniciantes para determinadas funções, ficando então o tripulante sujeito à fase de aprendizado e possível promoção em um próximo contrato. Cabe às agências fazerem a análise destes critérios e indicar qual função se encaixa melhor às suas habilidades.

Logo após ter submetido seu Curriculum à uma Agência de Recrutamento e ter sido orientado com relação ao processo de seleção, o candidato passa ainda por séries de treinamentos, exames e entrevistas (o que pode variar em ordem e necessidade, segundo a política de cada companhia).

Essa parte do processo pode demorar... ou não. Alguma vagas possuem mais necessidade de candidatos do que outras, algumas companias tem (muito) mais navios do que outras, algumas agências de recrutamento são mais rápidas do que outras, tudo depende. Dessa forma, a vaga almejada em uma compania específica pode demorar, então paciência!


Nos próximos posts falarei do processo de recrutamento da agência que escolhi, a Staff Work.

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sábado, 6 de novembro de 2010

O Desejo

Hoje, na Itália. Amanhã,  na Croácia. Depois, Turquia ou Ucrânia. No próximo mês, América do Sul ou Caribe, quem sabe? Somente a brisa do mar pode nos dizer...

Já imaginou conhecer lugares que são considerados verdadeiros paraísos, trabalhar em um local 5 estrelas (conceituadíssimo e chiquérrimo), com pessoas de 40 nacionalidades diferentes e ainda ganhar alguns bons dólares - ou euros - para isso?

Isso não é apenas possível como está ao alcance de todo aquele que tem alguma experiência e que domine razoavelmente bem o inglês ou espanhol.


Tudo começa com o desejo de mudar de vida. Mas mudar radicalmente, viver novos desafios e levar uma vida excitante e imprevisível, conhecer o mundo, fazer amigos estrangeiros, tornar-se fluente de verdade no inglês e conhecer novas culturas. Tudo longe do marasmo e mesmice de um emprego mediano, mal remunerado, num escritório mofado e em uma empresa que só é boa para quem é de fora.

Mas não basta apenas o desejo... é necessário muita coragem. Como disse o grande Amyr Klink: "Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir".

[eu diria que é necessário uma dose de insanidade também... afinal, você já conheceu algum tripulante que seja normal?]

Por isso, pare de apenas sonhar... para de apenas desejar e nunca nem tentar realizar... pare de ter medo de mudar sua vida. Se não der certo, sempre é tempo de tentar novamente e começar tudo de novo! 

Espero, ao longo do tempo, poder dividir com vocês como está sendo esta importante mudança na minha vida.

Sejam todos Bem-vindos a bordo!

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[Abaixo: navio 'Island Princess' (Princess Cruises)]

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